Guerra do Vietnã
O que foi a Guerra do Vietnã?
A Guerra do Vietnã aconteceu entre 1959 e 1975 e foi um conflito entre os dois governos estabelecidos que lutavam pela unificação do país sob sua liderança. O conflito no Vietnã iniciou-se poucos anos depois de um primeiro conflito ter se encerrado: a Guerra da Indochina.
No percurso da Guerra do Vietnã, os Estados Unidos envolveram-se diretamente no conflito e, em 1969, chegaram a enviar mais de 500 mil soldados ao país asiático. A participação americana e a motivação ideológica do conflito são consequências das tensões da bipolarização do período da Guerra Fria, no qual as ideologias do comunismo e do capitalismo disputavam a hegemonia do mundo.
Após anos de guerra, acredita-se que de 1,5 milhão a 3 milhões de pessoas tenham morrido no Vietnã. Além disso, o conflito ficou marcado por cenas de violência contra civis que chocaram o mundo e pelo uso de armas químicas pelos Estados Unidos, o que causou grave contaminação do solo e até hoje afeta o país, pois aumentou o número de casos de doenças como o câncer.
Como começou a Guerra no Vietnã?
A Guerra do Vietnã é consequência direta da Guerra da Indochina. Durante esse conflito, que aconteceu entre 1946 e 1954, vietnamitas (em geral, comunistas) lutaram contra o domínio colonial francês na Indochina Francesa – colônia da França que agrupava Vietnã, Laos e Camboja. Depois desse guerra, o Vietnã garantiu sua independência em duas entidades ideologicamente distintas.
A independência vietnamita foi estabelecida durante a Conferência de Genebra, em 1954, na qual foi definido também que o Vietnã seria dividido em duas nações distintas. O Vietnã do Norte, de orientação comunista, seria governado por Ho Chi Minh e teria Hanói como capital. Já o Vietnã do Sul seria governado por Bao Dai (substituído por Ngo Diem Dinh em 1955) e teria Saigon como capital. Cada governo seria apoiado por União Soviética e Estados Unidos, respectivamente.
Na Conferência de Genebra, definiu-se ainda que o Vietnã seria reunificado a partir de eleições marcadas para 1955, no entanto, o governo de Diem Dinh rejeitou participar das eleições alegando que não acreditava ser possível conduzir eleições livres no Norte do Vietnã. Ambos os governos existentes no Vietnã eram caracterizados por violações dos direitos humanos.
Como a tensão entre os dois governos estava alta, o governo de Ho Chi Minh convocou milhares de guerrilheiros comunistas no Sul do Vietnã a rebelarem-se contra o governo de Diem Dinh. Assim, inúmeros ataques começaram a acontecer e levaram ao início da guerra em 1959. O governo do Norte construiu uma série de estradas ligando o norte ao sul para dar suporte aos guerrilheiros, conhecidos como vietcongues.
O presidente Richard Nixon assinou o cessar-fogo que pôs fim à participação americana na Guerra do Vietnã *
Desde a Guerra da Indochina, os Estados Unidos viam com preocupação o crescimento do comunismo na região. Em razão disso, o governo americano começou a tomar medidas para impedir que isso acontecesse também no Vietnã a partir de 1949, quando a China tornou-se uma nação comunista. A provável influência dos chineses sobre o Vietnã levou os Estados Unidos a apoiarem os franceses na Guerra da Indochina.
Com a derrota dos franceses e a divisão do Vietnã, os Estados Unidos passaram a apoiar o governo ditatorial instalado no Vietnã do Sul. Com o início da guerra em 1959, os norte-americanos começaram a fornecer armamentos e treinamento militar para os exércitos sul-vietnamitas. Essa siitução persistiu até 1965.
A mudança na postura americana na guerra decorreu de transformações ocorridas na presidência dos Estados Unidos, aliadas à incapacidade do Vietnã do Sul de conter o avanço comunista. Em 1963, o presidente americano John F. Kennedy foi assassinado na cidade de Dallas e a presidência americana foi ocupada por Lyndon Johnson.
Com Lyndon Johnson, a atuação dos Estados Unidos na guerra alterou-se, principalmente após o Incidente do Golfo de Tonquim, usado como pretexto para o país participar diretamente do conflito em 1965. Nesse incidente, uma embarcação americana chamada USS Maddox foi supostamente atacada duas vezes por um torpedeiro norte-vietnamita em agosto de 1964.
A participação americana no conflito foi marcada por polêmicas, com as cenas dos combates chocando a opinião pública americana e mundial. O exército americano foi intensamente criticado por promover massacres contra civis de pequenas aldeias vietnamitas sob a alegação de abrigarem guerrilheiros comunistas.
Além disso, o uso de napalm e de armas químicas também gerou críticas aos americanos. Esses itens eram a resposta estratégica dos Estados Unidos para a tática de guerrilha adotada pelos vietcongues. O napalm incendiava grandes trechos de floresta, e o agente laranja (herbicida) era usado para desfolhar trechos da floresta. O objetivo disso era impedir que os vietcongues usassem a floresta densa como esconderijo.
Imagens da violência dos combates, como os que aconteceram durante a Ofesiva do Tet (ataques organizados pelos vietcongues contra algumas cidades no Vietnã do Sul), e o crescimento no número de soldados americanos mortos levaram a intensos protestos nos Estados Unidos pelo fim da guerra. Esses protestos eram organizados, principalmente, pelos movimentos de contracultura.
Esses fatores pressionaram o presidente Richard Nixon a negociar um cessar-fogo com o governo do Vietnã do Norte. Esse acordo foi assinado no dia 27 de janeiro de 1973 e oficializou a saída dos Estados Unidos da Guerra do Vietnã. O exército americano teve 58 mil soldados mortos nessa guerra.
A saída dos Estados Unidos da guerra intensificou o enfraquecimento do Vietnã do Sul, que, em 1973, era governado por Nguyen Van Thieu. Com a saída americana, as forças comunistas iniciaram ofensivas que resultaram na conquista da cidade de Saigon, em 1975, e na derrubada do governo sul-vietnamita. Isso pôs fim ao conflito, e o Vietnã foi unificado e governado pelos comunistas a partir de 1976.
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